28. CÔNJUGES OU PAIS? OS DESAFIOS DA CONJUGALIDADE EM FAMÍLIAS CARACTERIZADAS PELO NINHO CHEIO

MARIANA GRASEL DE FIGUEIREDO; ANDREZA MARIA TOBIAS. PUC, SÃO PAULO - SP - BRASIL.

O ninho cheio é um dos muitos aspectos que delineiam a família contemporânea e promovem mudanças no seu ciclo vital. É considerado uma variação do fenômeno do “ninho vazio”, em que os filhos, ainda jovens, saíam da casa dos pais e o vazio da sua presença física e emocional era instaurado. Atualmente, no entanto, percebe-se a tendência do prolongamento do tempo de residência dos filhos adultos na casa dos pais, caracterizando o ninho cheio. A convivência com o filho adulto em casa suscita novos desafios para o casal, como, por exemplo, a administração entre o papel conjugal e o parental. A coabitação com um filho adulto em casa pode contribuir para a perda da qualidade conjugal dos pais? Como essas relações têm se estabelecido e como o profissional que atua com famílias onde o fenômeno do ninho cheio é presente pode contribuir para uma vivência adequada do casal nesta fase? O workshop pretende refletir de forma interativa estratégias para que o profissional que trabalha com famílias possa intervir criativamente frente às demandas da conjugalidade em famílias caracterizadas pelo Ninho Cheio. Utilizaremos como pontos motivadores das discussões os resultados de pesquisas sobre o tema realizadas pelas autoras, culminando em suas dissertações de mestrado. A fase madura do ciclo vital, fase na qual todos os pesquisados encontravam-se, é o momento propício para o casal redescobrir o prazer de estarem juntos, uma vez que o filho adulto agora vivencia uma rotina mais independente do lar parental, mesmo ainda residindo junto. No entanto, pôde-se observar através das entrevistas que apesar da presença física do filho adulto em casa ter diminuído, sua presença emocional continua de forma marcante, levando os pais e mães a continuarem vivendo em função do papel parental. Buscando mobilizar um ambiente de interação, adotaremos no workshop a metodologia andragógica capaz de envolver a experiência dos participantes relacionando-as com a teoria e os resultados das pesquisas apresentadas. REFERÊNCIAS: Berthoud, C. M. E. (2003). Re-significando a parentalidade: os desafios de ser pais na atualidade. Taubaté: Cabral Editora Universitária. Cerveny, C. M. O. & Berthoud, C. M. E. (2002). Visitando a família ao longo do ciclo vital. São Paulo: Casa do Psicólogo. Figueiredo, M.G. (2007). Ninho cheio, Geração Canguru: o impacto da permanência do filho adulto em casa segundo a perspectiva dos pais. Dissertação de mestrado. Mestrado em Psicologia Clínica. Pontifícia Universidade Católica, São Paulo. Minuchin, S. (1982). Famílias: funcionamento e tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas. Umberson, D., Needham, B. L. (2004). Parenthood, Parenting, and Marital Interactions. In: BENGSTON, V.; ACOCK, A.; ALLEN, K.; ANDERSON, P.D.; KLEN, D. Sourcebook of Family Theory & Research. London: Sage Publications.