A Associação Gaúcha de Terapia Familiar tem por princípio atuar no aperfeiçoamento técnico e cientifico dos profissionais de Saúde Mental e afins que trabalham na área de Terapia Familiar. Com o intuito de aproximar a Associação de associados, bem como colocar o conhecimento em beneficio da comunidade em geral, em 2009 a equipe diretiva fundou a Clínica AGATEF, a qual está trabalhando na promoção de saúde das relações humanas, através de atendimento clínico para indivíduos, casais e famílias. Atualmente a clínica funciona diariamente na própria sede da Associação e é composta por uma equipe de terapeutas e supervisores que se reúnem semanalmente para discutir e delinear a condução dos casos em atendimento. Dada a particularidade desta prática, o presente estudo teve como objetivo apresentar a Clínica AGATEF, ilustrando com um caso clínico de separação conjugal com filhos pequenos, o qual é atendido por duas terapeutas atuando em diferentes contextos. A família é um sistema com funcionamento e organização próprios, os quais mantem constantes trocas com o meio que a circunda. Essa prerrogativa nos revela que por um lado temos a homeostase que permite a conservação do padrão relacional familiar. E por outro, nos deparamos com a possibilidade de mudança desse padrão advinda da interação do sistema familiar com outros sistemas. Para a realização desse trabalho, tecemos breves considerações acerca dos fundamentos da Teoria Sistêmica que fundamente a prática clínica da AGATEF. Em seguida, descrevemos como está organizada a Clínica da AGATEF e, posteriormente, dissertamos sobre as peculiaridades comumente encontradas nas situações de separação conjugal com filhos pequenos. O trabalho realizado em equipe pelos terapeutas foi fundamental para assinalar as regras de funcionamento dessa família, apontar a organização do sistema terapêutico adequado ao atendimento desse caso e assim interromper a manutenção do padrão relacional apresentado pela família. Desse modo, o sistema terapêutico ficou protegido dos conflitos e dificuldades de combinações existentes entre os pais o que favoreceu a realização de intervenções que tem possibilitado a mudança do padrão relacional da família. Por fim, com a apresentação desse trabalho, pretendemos incentivar a discussão de como a prática clínica em Terapia Sistêmica está sendo realizada, de modo a ampliar as possibilidades de ajuda aos indivíduos, casais e famílias. Referências Haynes, J. & Marodin, M. (1996). Fundamentos da Mediação Familiar. Porto Alegre: Artes Médicas. Miermont, J. & Cols (1994). Dicionário de Terapias Familiares: teorias e práticas. Porto Alegre: Artes Médicas. Minuchin, S. (1982). Famílias, funcionamento e tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas. Usandivaras, C. (1986). Divorcio y nuevas organizaciones familiares. Porto Alegre: UFRGS. Whitaker, C. A. & Bumberry, W. M (1990). Dançando com a família. Porto Alegre: Artes Médicas.