31. DOIS NA GANGORRA: A FORÇA DAS FAMÍLIAS DE ORIGEM

MOISES GROISMAN. NÚCLEO-PESQUISAS, RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL.

O casamento, a união estável (legalizada ou não), entre pessoas de sexo diferente ou do mesmo sexo, com a implantação do divórcio, a crescente liberalidade social e a valorização da mulher, tornou-se mais volátil. Isso não significa que não exista uma permanência considerável dos valores tradicionais de manutenção da família em detrimento da felicidade individual de cada um. Achamos que tanto uma posição quanto a outra: a facilidade do divórcio ou da separação e a manutenção da família a qualquer preço, são discutíveis e extremadas. O ponto intermediário é difícil de ser alcançado, mas pode se constituir uma meta a fim de evitar que os indivíduos permaneçam numa posição polarizada. A união de duas pessoas que provêm de famílias diferentes ─ apesar dos parceiros não se lembrarem desse pormenor no momento da paixão ─ produz uma química complexa para ser administrada. As crenças, valores e as histórias e experiências de cada um em suas respectivas famílias vão lhes marcar (matriz familiar) inexoravelmente e determinar seu comportamento na relação amorosa. Esse comportamento também vai ser influenciado pelo grau de diferenciação que cada parceiro alcançou em relação à sua familiar de origem (Bowen). Assim, creditamos um sucesso (maior ou menor) ou insucesso, na relação a dois, à separação emocional que cada um deles conseguiu fazer em relação à sua respectiva família de origem. Essa separação não significa corte ou afastamento da família, nem deslocamento de sua ligação com essa última para a família do parceiro. A metodologia do workshop consistirá, primeiramente, em uma exibição de um vídeo editado de uma terapia de casal, que funcionará como um estímulo emocional para em seguida ser realizado o exercício sistêmico-vivencial: “Duas Arvores”. Nesse exercício, com a ajuda de dois voluntários da plateia, procuraremos detectar a influência e a presença da força, maior ou menor, das famílias de origem em cada um dos parceiros, que possa estar dificultando essa relação. Com essa verificação, nosso objetivo será de ressaltar a individualidade de cada um em relação à sua própria família, evitando que eles, os parceiros, tornem-se reféns ou fugitivos de sua própria família. Referencia bibliográfica: Bowen.M.Family Therapy in Clinical Practice.NewJersey:Jason Aronson Inc.1998. Groisman.M. O Código da Família. Rio de Janeiro: Núcleo-Pesquisas Ed. 2006.