36. HABILITADOS NO DESAMOR, INCAPACITADOS NA AFETIVIDADE

DÉBORAH MARTINS DE ALMEIDA; IVONE PLACONÁ BERTIN; ELIZETE WENZEL MOREIRA. UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA - UNIVAP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP - BRASIL.

Este estudo apresenta o processo de uma pesquisa qualitativa na modalidade de estudo de caso, a partir de atendimentos em terapia familiar. A pesquisa envolveu uma família à qual denominamos de “Família Lima”, composta de um casal e dois filhos. A partir de um olhar relacional – sistêmico e cibernético, buscou-se estudar na dinâmica do casal os mecanismos implicados promotores da distância do par conjugal, que produziam um funcionamento pautado na desqualificação versus insegurança. Neste estudo foram utilizados como recursos as histórias de vida junto às famílias de origem e os conteúdos das sessões terapêuticas gravadas em áudio. Para um melhor entendimento da composição e das relações na família foi utilizado um genograma que foi construído ao longo dos atendimentos. O título “Habilitados no desamor, incapacitados na afetividade” surgiu da observação da presença de um jogo cuja regra era a desqualificação e o desprezo no par conjugal, um funcionamento que estabelecia um padrão que despertava a insegurança e os estimulava a buscar amparo e proteção em suas respectivas mães, promovendo um afastamento do casal. A dinâmica instituída no sistema familiar de origem propiciou a ambos os parceiros, desde a infância, uma vivência de extrema dor fomentada pela rejeição, desqualificação e desafeto. Um aprendizado que os habilitou no manejo de instrumentos derivados das expectativas fundamentadas em suas carências e necessidades. Mediante tal aspecto, ao tentarem uma alternativa de enfrentamento e solução, os recursos disponíveis sempre surgiam via o desamor. Por meio da terapia acredita-se que o casal pôde crescer quando reconheceu a responsabilidade das atitudes de cada um na relação com o outro e também seu próprio script nos afetos e desafetos do filme da vida.