O pai havia decidido deixar carreira de sucesso de 25 anos em companhia global para construir em novos rumos. Ele tinha consciência do grande impacto da decisão em sua própria vida e na vida de sua esposa e de sua filha, à época com 12 anos. Diante da vastidão da porta do desconhecido que se abria, e do medo associado que espreitava, ele sabia que a radical mudança demandaria preparo e ajustes de natureza sócio-econômica com repercussões nas relações e no psicoemocional de cada membro e da família como um todo. Como a decisão, construída em conjunto com a esposa, implicava em mudar de região, o que amplificava seu impacto, uma pergunta se lhes assaltava e impunha: O que fazer para eliminar ou minimizar impactos potencialmente destrutivos, e tirar o máximo de proveito do novo momento, rico em oportunidades de desenvolvimento humano? O casal decide, então, escrever a visão, missão e valores da família. Julgavam que, assim, ampliavam seu senso de direção e unidade, necessário para o desconhecido devir. Além disso, criam que, com valores definidos, a família ganhava bússola de orientação para tempos de dúvidas e decisões difíceis, um benefício adicional para a filha pré-adolescente, que passava a participar ativamente dos processos de decisão da família. Este trabalho objetiva apresentar a experiência de quatro anos de vivência desta família nesta nova forma de caminhar, o processo de construção da visão, missão e valores, o modelo de medição de impactos e os resultados obtidos pela família em sua percepção de bem estar e satisfação, que vêm orientando suas decisões, e definindo a qualidade do vínculo familiar no tempo. Metodologias utilizadas: Em fevereiro de 2008, no início da nova jornada, a família se recolheu para, durante duas semanas, escrever a sua visão, missão e valores, e escolher aspectos para medir sua evolução de percepção de bem estar e satisfação. Desde então, a família se reúne semanalmente, utilizando estes fundamentos como apoio no esclarecimento de uma dúvida, uma decisão a tomar, ou ainda, uma lição do cotidiano da vida. Para manter o processo vivo, semestralmente, todos os fundamentos são revisados, e é medida a percepção de bem estar e satisfação individual-familiar quanto aos caminhos escolhidos e decisões tomadas no ciclo anterior, do que resultam novas decisões para o novo ciclo. Referências Bibliográficas: Bertalanffy, L. V. (1997). Teoria geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes. Carter, B., & Mcgoldrick, M.(1995). As mudanças no ciclo de vida familiar (2ª Ed.). Porto Alegre: Artmed. Covey, S. R. (1998). Os 7 hábitos das famílias muito eficazes. São Paulo: Best Seller. Palavras chave: Visão, missão, valores, vínculo e bem estar familiar.