O objetivo desta pesquisa é investigar a infidelidade conjugal. Amparada na epistemologia da perspectiva sistêmica se buscou verificar os fatores relacionados a traição na vida dos casais. A análise teórico/prática permitiu compreender melhor a infidelidade que, de forma clandestina, começa a fazer parte da história conjugal. Para realizar a pesquisa delimitou-se o estudo a cinco sujeitos do sexo masculino, heterossexuais, que foram infiéis. Na coleta de dados realizou-se uma entrevista com cinco questões norteadoras, sob autorização do Comitê de Ética em Pesquisa e consentimento dos participantes para utilização do material em estudos científicos. As principais hipóteses da investigação foram: a) diferença entre a intensidade do desejo sexual masculino x feminino; b) dificuldades para aceitar a personalidade do outro; c) falta de clareza acerca do que é uma relação conjugal; d) expectativas excessivas sobre a conjugalidade; e) aspectos transgeracionais; f) crenças legadas de um período sócio histórico patriarcal; g) inabilidade em equilibrar a vida a dois e manter a individualidade; h) desencontros e distanciamento; i) infinitas possibilidades amorosas; j) desinvestimento na relação; l) dificuldades para lidar com os diferentes momentos do ciclo de vida conjugal. O estudo permite compreender que a temática estudada é complexa e multifatorial, possui especificidades próprias de algumas culturas, realidades sociais e características de personalidade dos sujeitos. Está imersa num universo relacional que subjetiva homens e mulheres no ciclo de desenvolvimento familiar de forma imperceptível. Faz parte de um cotidiano cultural, permeado por crenças internalizadas que retroalimentam sentimentos, atitudes e verbalizações, influenciam a forma como os parceiros se relacionam e se repetem em gerações. A infidelidade jamais encerra em si mesma o motivo de estar presente em uma relação marital. É preciso aceitar as limitações humanas e a finitude conjugal, perseverando frente às dificuldades da vida a dois, com clareza de que trair é ser o principal sabotador de um projeto conjugal. Compreender-se e, sobretudo, aceitar-se, permitirá ao casal viver com mais leveza, reavaliado atitudes, comportamentos e sentimentos, aperfeiçoando o self e a conjugalidade, com vista na qualidade de vida pessoal, conjugal, familiar e das futuras gerações que se desenvolverão em um contexto sócio histórico reflexivo e funcional.