Todos os anos muitas pessoas buscam auxílio psicoterapêutico para evitar o divórcio, ou aprender a lidar com ele. Em vista da dor gerada pelos processos de separação de casal, chamada por Cerveny (2004) de Síndrome Pós Divórcio, pensou-se em pesquisar os padrões comunicacionais de pessoas separadas, bem como os contratos quebrados ligados à dissolução conjugal, haja vista a importância de se utilizar os conhecimentos gerados como uma fonte de informação e reflexão para o trabalho clínico com casais e famílias. Assim, com o objetivo de investigar esta temática, inquiriu-se sobre os motivos que pessoas separadas atribuíam ao seu divórcio, explicitando as formas de comunicação utilizadas anteriormente, bem como a tentativa de acordos (contratos) para evitar que o mesmo acontecesse. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa exploratório descritiva (com parecer do comitê de ética em pesquisa da Universidade do Contestado número 0042/2011), na abordagem qualitativa, onde foram entrevistadas 11 pessoas que haviam passado por um processo de separação conjugal, sendo que este número de sujeitos se deu a partir da saturação na coleta dos dados da pesquisa. Foi usada uma entrevista semiestrutura desenvolvida pelas pesquisadoras, onde para a avaliação dos resultados utilizou-se Análise Categorial Temática de Conteúdo (Bardin, 1977). Desta forma, os dados em seu conjunto revelaram que todos os entrevistados apresentaram um padrão comunicacional em suas uniões anteriores baseado em reclamações que não chegavam a gerar contratos na tentativa de evitar a separação do casal. Isto pode ser afirmado já que todos os motivos atribuídos à separação apareceram igualmente também como forma de reclamação não ouvida. Destarte, as formas de comunicação utilizadas pelos entrevistados, no decorrer de seus casamentos, com seus ex-cônjuges, era reclamando, ou então, não verbalizando. Foi possível perceber que os entrevistados atribuíram a sua separação um conjunto de motivos, mostrando que ocorreu um distanciamento entre ambos, com desejos e expectativas que eram depositadas no parceiro sem serem explicitadas, já que não houveram tentativas efetivas de recontratar a forma de se relacionarem no decorrer do matrimônio. PALAVRAS CHAVE: Psicologia; Psicoterapia de Casal; Separação Conjugal; Contratos; Padrão Comunicacional.