66. SEPARAÇÃO CONJUGAL: REVERBERAÇÕES NO ÂMBITO PESSOAL, FAMILIAR, SOCIAL E PROFISSIONAL

MARIASH PICCOLI ZORDAN; DENISE LÚCIA BASSO; ELIANA ZORDAN. URI, ERECHIM - RS - BRASIL.

A separação conjugal modifica o ciclo de vida familiar tradicional e causa profundas transformações em todos os envolvidos. O homem e a mulher terão que buscar o seu ajustamento pessoal, através da efetivação do divórcio psicológico rompendo com o papel conjugal e estabelecendo uma nova parentalidade. Na literatura, há vários estudos brasileiros sobre as relações pais-filhos após a separação conjugal sob a ótica dos pais ou dos filhos. No entanto, há carência de estudos sobre o ajustamento pessoal após a separação. Já as investigações internacionais sugerem que a maioria dos divorciados apresenta menor qualidade de vida nos dois primeiros anos após a separação, marcada por piores níveis de ajustamento, reatividade ao estresse e insegurança financeira. Esta pesquisa qualitativa objetivou compreender as repercussões da separação conjugal no âmbito individual, familiar, social e profissional. Os participantes foram cinco homens e cinco mulheres que tinham rompido a primeira relação conjugal, que tinham no mínimo um(a) filho(a) desta união e que ainda não estavam convivendo com um(a) novo(a) parceiro(a). O tempo mínimo de separação foi de 6 meses e o máximo de 2 anos, sendo todos de nível sócio-econômico e cultural médio. A coleta de dados foi realizada através de entrevista semi-estruturada e do Familiograma, instrumento que avalia a percepção da afetividade e o conflito familiar nas díades familiares. As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo e o Familiograma foi avaliado conforme especificações próprias. Os resultados parciais sugerem no âmbito pessoal sentimentos de frustração, derrota, tristeza, solidão, dificuldade de compreender e falta de convivência. Por outro lado, alguns participantes também referiram sentimento de alívio e sensação de liberdade. No que se refere às repercussões no contexto familiar todos os filhos ficaram com as mães e três homens voltaram a residir na casa dos pais. Em relação à área social, apontaram que permaneceram com os amigos mais próximos, tendo se afastado dos que eram mais chegados a(o) parceira(o), surgindo também a oportunidade de ampliar o círculo de convivência social. Quanto à esfera profissional, apenas um dos homens relatou consequências negativas. Esses achados iniciais sugerem que a separação conjugal representa uma crise que oferece risco e novas oportunidades de ajustamento pessoal, familiar, social e profissional. Palavras-chave: separação conjugal; reverberações; ajustamento pessoal Referências: Grzybowski, L. S. (2010). Casa do Pai, Casa da Mãe: A Coparentalidade após o Divórcio. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(1). Recuperado em 12 de março. 2011, de http://www.revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/viewFile/317/34. Lamela, D., Castro, M., Gonçalves, T. & Figueiredo, B. (2009). “Papi-Pais por Inteiro” Programa de intervenção em grupo para o ajustamento pessoal e a promoção da coparentalidade positiva em pais divorciados. Análise Psicológica, 4 (27), 493-507.