Uma revolução silenciosa: a sexualidade em mulheres maduras e divorciadas Este trabalho desenvolvido originalmente como pesquisa de mestrado aborda o tema da sexualidade feminina na meia idade e após uma experiência de divórcio. O objetivo foi compreender as mudanças nas crenças, expectativas e comportamentos de mulheres que viveram casamentos de longa duração e passaram pela transição de uma sexualidade conjugal para uma sexualidade pós-conjugal. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa fundamentada nos estudos sobre gênero, conceito formulado na década de 1970 para tornar conscientes os discursos normativos que naturalizam as diferenças entre homens e mulheres, utilizando-se das características anatômicas entre os sexos para justificar as desigualdades de poder entre eles. Foram realizadas entrevistas semi-dirigidas com cinco mulheres entre 46 e 70 anos, divorciadas há mais de dois anos e que estiveram casadas por pelo menos vinte anos. Os resultados mostraram que as mulheres entrevistadas estão experimentando novas formas de relacionamento pós-separação. E mesmo quando as expectativas em relação ao futuro incluem encontrar um companheiro, na maior parte das vezes, essas mulheres desvinculam a satisfação sexual do apaixonamento e se permitem experimentações nos relacionamentos sexuais inimagináveis no tempo de suas mães. Estas transformações podem beneficiar homens e mulheres que, ao questionarem às crenças e comportamentos que são tidos como tipicamente masculinos ou femininos, se tornam mais reflexivos e flexíveis. Palavras-chave: Gênero, sexualidade feminina, divórcio, meia idade. Referências Bibliográficas AHRONS, C.R. (1995). O Bom Divórcio: como manter a família unida quando o casamento termina. Rio de Janeiro: Objetiva. ALEOTTI, R. (2004). Disfunção erétil e sua teia de significados. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. ALMEIDA, A.M. de. (1987). Notas sobre a família no Brasil. In: Pensando a família no Brasil. p.53-66. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo. ALMEIDA, M.I.M. de. (1987). A “nova maternidade”: uma ilustração das ambigüidades do processo de modernização da família In: S.A. Figueira (Org.) Uma nova família? p. 55-67. Rio de Janeiro: Zahar. ARAÚJO, M. de F. (2002). Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas configurações. Psicol. Cienc. prof. v.22 n.2. Brasília. obs: A bibliografia original por ser muito extensa não coube neste espaço, abrange nove páginas no total.