A violência psicológica conjugal é pouco explorada no que tange à violência no casal de modo amplo. Se comparada à violência física, assume a marca da invisibilidade manifestando-se de forma, muitas vezes, sutil nas relações afetivas sendo pano de fundo para eclosão de outras formas mais evidentes de violência marital. Considerando a dinâmica conjugal estabelecida nestes contextos, foi realizada uma investigação qualitativa, de delineamento exploratório, baseada em Estudos de Casos Múltiplos, com três casais, heterossexuais, com idades entre 30 e 60 anos, tempo de relacionamento conjugal entre oito e 33 anos, residentes no Rio Grande do Sul, escolhidos por conveniência e submetidos à aplicação do CTS2 (Revised Conflict Tactics Scales-2), como forma de identificação da violência psicológica e exclusão da violência física ou sexual. Os instrumentos utilizados foram a entrevista semi-estruturada com o casal, a entrevista para a resolução de dilemas, o genograma familiar e a entrevista individual com os cônjuges. A análise dos dados baseou-se na compreensão dinâmica dos casos, através da síntese de casos cruzados e baseada na teoria familiar sistêmica. Após análise, concluiu-se que as relações conjugais estavam marcadas por intenso conflito, comunicação inadequada e baixa expressão da afetividade. Os dados encontrados apontam para a importância do tratamento da relação conjugal em seus aspectos estruturantes e relacionais, visando extinguir a violência psicológica como expressão relacional dos cônjuges.