O foco deste workshop é trabalhar sobre seu pacto secreto, e detectar o entendimento subjacente que se esconde sob o pacto secreto de cada cônjuge. O pacto secreto se alimenta de necessidades, desejos, temores recíprocos. É específico, temporal e definido,e vale para tempos específicos da vida de cada um do casal (Andolf,2002). É encoberto por um pacto expresso rígido de registro ético, enquanto,o seu registro é afetivo-estético e por natureza, incerto, incompleto, desejado,absurdo.Através do pacto cada cônjuge se remete à relação internalizada com as figuras parentais, com o corpo familiar ,com os pares e com o companheiro imaginário, assim como à relação com o outro(Andolf,2002).O pacto expresso e o pacto secreto ao se encontrarem dão lugar a formas específicas de relações conjugais (Andolf, 2002).O pacto é um enredo com vicissitudes próprias que apesar das diferenças existentes entre as pessoas quanto às decisões tomadas, aos sentimentos experimentados e às ações realizadas, trabalham juntas para a sua encenação.Trabalhar sobre o pacto secreto pode trazer o sentido de reconhecê-lo pelo que é,rever seu valor e renovar a esperança nele, através de tocar, com o que do outro cada um se casou e, qual a vicissitude da articulação do casal fazendo cada um por-se diante de si e da própria história e dar sentido ao vínculo.Para Anton (2002), ambos os parceiros são co-responsáveis pelos rumos de sua história,e sem tomarem consciência disso estabelecem um contrato secreto que incluem regras e normas, recompensas e castigos.Jackson(1977) chamou isso de quid pro quo conjugal, que equivale a uma coisa pela outra e sugere negociação do mesmo.O exame da construção do quid pro quo nos processos organizados e comunicativos dos casais modernos é também feito por Walsh(1999). A questão de o pacto secreto ser ou não saudável vai depender, do quanto contamina e distorce a realidade, no aqui e agora e se favorece o bem estar e o crescimento do casal e da família por eles construída, ou gera relações paralisantes e de má qualidade (Anton, 2002). Sarger (1997) defende a ideia de que as crises do casal vêm porque cada cônjuge dá ao matrimonio um conjunto de expectativas e promessas conscientes e inconscientes que não se unificam. Através desta experiência do workshop sobre os contratos individuais dos participantes pretende-se proporcionar uma base dinâmica para melhor compreender o mecanismo conjugal e renegociar um contrato único da relação com base nos recursos e competências de cada um. Referências bibliográficas: Andolf, M. (2002). A crise do casal: uma perspectiva sistêmico-relacional/organizado por Maurizio Andolf:trad.Lauro Kahl e Giovanni Menegoz. Porto Alegre: Atrmed. Anton, I.C. (2002). Homem e mulher: seus vínculos secretos. Porto Alegre: Artmed. Jackson,D.D.(1977).Regole Familiari. Tr.It.In:Watzlawisck,P.Weakland,J.(1988) (Org.)La vision interacionale. Roma:Astrolabio Sarger, C.J. (1997). Contrato matrimonial y terapia de pareja. Buenos Aires: Amorrortu Walsh,F.(1999). Spiritual resources in family therapy.new York: The Guilford