13. AS REPERCUSSÕES DA VIOLÊNCIA CONJUGAL NA SAÚDE MENTAL AO LONGO DO CICLO VITAL E FAMILIAR

MARCELA NOVAIS MEDEIROS; GLAÚCIA DINIZ. UNB, BRASÍLIA - DF - BRASIL.

A presente pesquisa qualitativa teve como objetivo geral compreender possíveis repercussões de experiências de violência conjugal na saúde mental de mulheres e filhas/os. Participaram da pesquisa três mulheres com experiências de violência conjugal em processo de separação judicial e uma/um filha/o adulta/o jovem de cada uma delas. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário demográfico e entrevistas semiestruturadas. Os dados obtidos por meio das entrevistas semiestruturadas foram analisados com a estratégia de análise de conteúdo. Os resultados evidenciaram a transgeracionalidade da violência e a vulnerabilidade feminina a violências físicas, psicológicas, sexuais e patrimoniais ao longo do ciclo de vida de famílias moradoras de uma cidade satélite do Distrito Federal. A violência conjugal foi fator de risco para as mulheres e filhas/os. Foi evidenciado que a compreensão das repercussões provocadas pela violência conjugal requer a análise da interação saúde mental, gênero, violência conjugal, outros fatores de risco e fatores de proteção. As repercussões das experiências de violência ocorridas na saúde mental das mulheres foram alteração na percepção sobre a eficácia para controle do que acontece com ela; alteração do apetite; ansiedade; concentração e atenção reduzidas; diminuição da autoestima; diminuição da autoconfiança; dificuldades com o próprio corpo; atividades; entorpecimento emocional e evitação comportamental; fadiga; humor deprimido; hipersonia; insônia; medo; pânico; perda do interesse e prazer; queixas somáticas e sofrimento psíquico. As repercussões apresentadas pelas filhas/o foram alteração do sono; ansiedade; abalo na formação da identidade; comportamento violento; humor deprimido; ideação suicida; medo; perda do interesse e prazer; sofrimento psíquico. Tais resultados revelam que a interação saúde mental, gênero e violência merece atenção no campo da pesquisa e intervenção em terapia familiar.  Adeodato, Vanessa Gurgel, Carvalho, Racquel dos Reis, Siqueira, Verônica Riquet de, & Matos, Fábio Gomes de Souza e. (2005). Qualidade de vida e depressão em mulheres vítimas de seus parceiros. Revista de Saúde Publica, 39 (1), 108-113. Alves, José Augusto Lindgren. (1997). A arquitetura internacional dos direitos humanos. São Paulo: FTD. Alves, Sandra Lúcia Belo, & Diniz, Gláucia Ribeiro Starling Diniz. (2005). Eu digo não, ela diz sim: a violência conjugal no discurso masculino. Revista Brasileira de Enfermagem, 58 (4), 387-392. Angelim, Fábio. (2003). Construindo novos discursos sobre a violência doméstica: uma articulação entre a Psicologia Clinica e a Justiça. Dissertação de Mestrado, Universida Nichols, Michael. (2007). Terapia narrativa. In. Schwartz, R. & M. Nichols, M. P. (Orgs.), Terapia Familiar - conceitos e método (pp. 334-350). Porto Alegre: Artmed. Penso, Maria Aparecida, Costa, Liana Fortunato, & Ribeiro, Maria Alexina. (2008). Aspectos Teóricos da transmissão transgeracional em diferentes contextos e do genograma. In M. A. Penso & L. F. Costa (Orgs.). A transmissão geracional em diferentes contextos: da pesquisa à intervenção (pp. 9 -23). São