Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a dinâmica avaliativa adotada pela equipe psicossocial de um tribunal de justiça que atua em varas de família. Tais reflexões visam ampliar as contribuições que assegurem o melhor interesse de crianças e adolescentes cujas famílias estão em conflito e disputam sua guarda no contexto judicial. A metodologia utilizada tem como base a rotina dos profissionais que assessoram os magistrados que determinam a realização de estudo psicossocial para subsidiá-los em suas decisões. A prática estabelecida no setor envolve, no máximo, duas datas para a realização do estudo, acrescida de outra para confecção de parecer técnico direcionado aos juízes solicitantes. Os procedimentos básicos atuais, após a leitura dos autos e envio de telegrama solicitando o comparecimento da família são: atendimento à(s) criança(s) ou ao adolescente(s); atendimento ao(s) responsável(is), geralmente pais, e os outros componentes da família ampliada e/ou reconstituída dos pais ou de um deles (se houver), atendimentos da(s) criança(s) e/ou adolescente(s) com os subsistemas da família e o encerramento com os demandantes principais com a presença ou não do(s) infante(s) e/ou adolescente(s) envolvidos no processo judicial. Para a coleta de informações desses, no momento são utilizados brinquedos, jogos, desenhos, colagens, além de conversação que favoreça a compreensão da situação vivenciada. O pensamento sistêmico fundamenta as presentes considerações, levando em conta os diferentes olhares e múltiplas versões acerca do entendimento do sistema familiar, sem perder de vista as particularidades expressas por cada componente da família em questão e, em especial, pelas crianças e adolescentes envolvidos, que é(são) o(s) principal(is) sujeito(s) na querela em disputa. Ao final, as contribuições originadas das ponderações aqui referidas, ampliaram as possibilidades de avaliação psicossocial no referido contexto, enriquecendo a metodologia utilizada.