Trata-se de um projeto de extensão com a proposta de atendimento terapêutico para famílias adotivas, principalmente durante o estágio de convivência, nos casos de adoção tardia e adoção de irmãos ou inter-racial. De acordo com Ladvocat (2009, p.289) “o processo de adoção visa, em primeiro lugar, ao interesse da criança, a solução que melhor atenda aos seus interesses, ou seja, o ambiente familiar saudável e o desejo legítimo para a adoção”. Complementando Figueirêdo (2010) ressalta que para a criança ou adolescente ter que deixar de conviver com sua família natural, seja qual for o motivo será sempre uma experiência traumatizante e o maior ou menor surgimento de sequelas futuras estará sempre intimamente ligado à forma, circunstâncias e postura praticada pela família com a qual irá conviver. O objetivo principal deste projeto é preparar os pais adotivos para o processo de adoção, visando com isto garantir o acolhimento e a proteção social de crianças e/ou adolescentes que, devido a situações de risco social, foram retirados de seu núcleo familiar e assim, evitar o fracasso na adoção e a cena temida dos profissionais: a devolução. De acordo com Ladvocat (2009, p.299): “O fracasso adotivo é definido quando a família que tem a guarda de uma criança com vistas a adoção não se sente em condições de instaurar uma relação parental e resolve por devolvê-la à Justiça.” Assim, nossa população alvo, são as famílias adotivas que são encaminhadas Pelo Juizado da Infância e Juventude, que apresentam dificuldades no estágio de convivências das crianças ou na adoção propriamente dita. Acompanhamos a evolução do estágio de convivência e as vantagens do processo adotivo, no sentido de satisfazer principalmente quem está sendo adotado, através da terapia familiar de abordagem sistêmica relacional. Procuramos trabalhar junto a família os mitos, segredos e preconceitos sobre a adoção, para que a comunicação e a circulação de informações e sentimentos ocorra adequadamente. A revelação sobre as origens auxilia os filhos adotivos a completarem os vazios de sua biografia e história familiar. As principais dificuldades das famílias durante o estágio de convivência foram: como e quando contar a criança sobre a adoção e sua história antes da adoção, como exercer o papel materno e paterno, o preconceito e discriminação da sociedade, descobrir que a convivência se constrói no dia-a-dia. De acordo com Ladvocat (2009) “para a adoção bem sucedida, a terapia familiar é um recurso fundamental para prevenir e tratar a revelação da adoção e da história pré-adotiva, além de outras questões que demandam esclarecimento, redefinição e elaboração”. - Figueirêro, L.C.B. (2010) Adoção para homossexuais. Curitiba: Juruá. - Ladvocat,C. (2009) Famílias com filhos adotivos. In: OSÓRIO,L.C.; VALLE, M.E.P. (org).(2009) Manual de terapia familiar. Porto Alegre: Artmed, p.286-311. - Ladvocat, C. (2002) Mitos e segredos sobre a origem da criança na família adotiva. Rio de Janeiro: Booklink.