Nos últimos anos, com a propagação da internet nos meios de comunicação de massa e principalmente com a crescente importância das redes sociais, as informações chegam a todos, com uma velocidade impressionante e de forma indiscriminada. Assim, como descreve Taille (2006), “os jovens são reflexo da sociedade em que vivem, (...) Se é verdade que eles carecem disso que chamamos de limites, é porque a sociedade como um todo deve estar privada deles.” O objetivo do nosso trabalho é promover um questionamento à partir da apresentação de temas atuais relacionados a sexualidade na adolescência envolvendo a internet, as redes sociais e o seu impacto nas relações familiares. Há relatos que colocam em evidência a gravidade da questão: adolescentes tendo que mudar de escola, ou até de cidade devido à exposição abusiva de fotos e conteúdos sexuais na internet. Neste contexto, o que tem assustado muitos pais, escolas e terapeutas é a banalização com que este tema é tratado pelos próprios adolescentes. A sexualidade vem descarregada/desamparada de qualquer relação de afeto. O corpo em formação, ainda “novo e desconhecido” destes e para estes adolescentes de repente é transformado numa ferramenta de suposto “prazer” para o outro. Talvez para reproduzir o que se tem acesso amplo nas telas dos computadores ou mesmo para ter a sensação de pertencimento ao grupo dos populares da escola. Segundo Minuchin e Fishman (2003), “com a adolescência, o grupo de companheiros alcança muito poder. [...] Agora, a família está interagindo com um sistema forte e muitas vezes competitivo e a competência crescente do adolescente torna-o mais apto a demandar acomodação de seus pais.” Nossa oficina vivencial tem como proposta realizar à partir de relatos de casos envolvendo dificuldades em famílias com adolescentes, uma dinâmica em que o grupo será dividido em subgrupos para uma dramatização simulando três atendimentos. O objetivo é suscitar e refletir sobre questões comumente trazidas para os consultórios e discutidas nas diferentes relações familiares.