Sair dos muros da universidade, dos serviços, de si próprio é o inicio de um trabalho interdisciplinar voltado para o empoderamento de pessoas, famílias e grupos. O objetivo do presente relato é apresentar uma proposta de construção de metodologia de trabalho com mulheres-mães e seus filhos em situação violência intrafamiliar e vulnerabilidade psicossocial. O referencial teórico utilizado fundamentou-se nos conceitos de família, violência intrafamiliar, vulnerabilidade psicossocial, empoderamento, cidadania e interdisciplinaridade adotados pelo grupo de pesquisa parceiro da ong Crescer sem Violência. A metodologia constou de oficinas semanais com duração de duas horas compreendendo dois grupos paralelos: o das mulheres-maes e o outro de seus filhos acompanhantes. Ambas as oficinas foram de caráter educativo-reflexivi e terapeutico. Os encontros com as mães eram desenvolvidos as em quatro momentos distintos e interdependentes: 1-acolhimento do grupo e aquecimento para a o tema do dia; 2- tema principal 3- a hora do lanche, momento preparado para a descontração e trocas afetivas positivas entre o grupo de mães e o de crianças; 4- a customização envolvendo a aprendizagem, troca e desenvolvimento de técnicas visado o incentivo do potencial criativo de cada participante. As oficinas com as crianças eram desenvolvidos temas como direitos e deveres das crianças, cidadania e saúde, prevenção da violência na escola e no lar. As oficinas eram preparadas com antecedência e após sua realização, a equipe reunia-se para fazer os registros, discutir questões levantadas no grupo. A análise dos dados e avaliação pelos participantes, e parceiros mostrou avanços: a concretização de uma articulação entre a teoria e a pratica interdisciplinar; o estabelecimento de pontes entre os profissionais e participantes; teoria e praticas; entre disciplinas. As oficinas propiciaram momentos de renovação de forças individuais aos integrantes, ampliando as relações interpessoais positivas, favorecendo o cuidado de si e do outro. A oficina legitimou-se como espaço de co-criação, ampliou a visão critica e motivou a tomada de posicionamento pessoais. O exercício da tolerância das diferenças e fortalecer o sentimento de. O grupo criou uma força poderosa, com seu suporte, incentivo, criatividade, e também oferecendo contenção quando necessário. Entre os descompassos, verificou-se que a grande parte eram responsáveis pelo sustento das famílias, há grande número de recasamentos, as avós assumindo o cuidado das crianças, a dinâmica familiar era permeada de violência. Além disso, os direitos de acesso aos serviços de saúde eram difíceis, a moradia precária, e as políticas públicas de Saúde e sociais eram fragmentadas e insuficientes. Referencias.Freire.P. (2005).O menino que lia o mundo: uma história de pessoas, de letras e palavras. São Paulo: Ed. UNESP. Souza, AIJ ET AL(2006). Construindo movimentos para o fortalecimento da família. Fm. Saúd. Desenvol. Curti. Vo. 8 n. 3, p 265-272, set/dez.Elsen i. et al. Reflexões sobre ação ética no desenvolvimento de uma metodologia interdisciplinar de visita as famílias. In: Elsen, I. Souza AIJ