Tomando como referência a noção de resiliência familiar como processos interativos e dinâmicos, este artigo está voltado para a identificação dos processos de resiliência em famílias com história de violência conjugal. Para tanto, utilizando-se da técnica da narrativa, através do estudo de dois casos de famílias foram identificadas tanto as crenças familiares, os padrões organizacionais e as formas de comunicação em relação aos eventos violentos, como os mecanismos de proteção e as situações de risco nas famílias nos diferentes contextos. Os fatores de proteção não se apresentaram da mesma forma para todas as famílias. Embora se mostrassem semelhantes tinham um sentido diferente, pois cada família manteve suas próprias características de identidade diante da violência respondendo a sua maneira e de acordo com seus valores e crenças. Conclui-se que a presença dos mecanismos de proteção foi fundamental para a construção dos processos de resiliência para as famílias da pesquisa. Beavers, W. R, & Hampson, R. B. (1990). Successful families: Assessment and intervention. New York: Norton. Beavers, W. R., & Hampson, R. B. (1993). Measuring family competence: The Beavers systems model. In F. Walsh (Ed). Normal family processes (2nd ed.). New York: Guilford Press. Bronfenbrenner, U. (2002). A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artmed. Bruner, J. S. (1991). The narrative construction of reality. Critical Inquiry, 18(1), 1-21. Flick, U. (2004). Uma introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman. Garcia, N. M., & Yunes, M. A. M. (2006). Resiliência familiar: baixa renda e monoparentalidade. In Débora D. Dell’Aglio, Sílvia H. Koller, & Maria A. M. Yunes. Resiliência e Psicologia Positiva: interfaces do risco à proteção. São Paulo: Casa do Psicólogo. Hawley, D. R. & DeHann, L. (1996). Toward a definition of family resilience: integrating life span and family perspectives. Family Process, 35(3), 283-298. Koller, S. H., & De Antoni, C. (2004). Violência intrafamiliar: uma visão ecológica. In S. H. Koller (Ed.), Ecologia do desenvolvimento humano: pesquisa e intervenção no Brasil, 293-310. São Paulo: Casa do Psicólogo. Lietz, C. A. (2006).Covering Stories of Family Resilience: A Mixed Methods Study of Resilient Families. Families in Society: The Journal of Contemporary Social Services, 87(4), 575-582. Murray, M. (2004). Narrative Psychology. In J. A. Smith (Org) Qualitative Psychology. London: Sage Publications. Rober, P., Eesbeek, D. V., & Elliot, R. (2006). Talking about violence: A microanalysis of narrative process in a family therapy session. Journal of Marital and Family Therapy, 32(3), 313-328. Ravazzola, M. C. (2005). Resiliências Familiares. In Aldo Melillo, Elbio N. S. Ojeda & cols. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre: Artmed. Walker, L. E. A. (2006). Battered Woman Syndrome: Empirical Findings. New York Academy of Sciences,