Para muitos psicólogos o momento em que um jovem casal se transforma em uma família se dá exatamente pelo nascimento de seu primeiro filho e em cada família esta fase de transição terá um significado particular. Embora aparentemente este seja um processo biológico e natural, culturalmente se tornou uma realidade para a qual homens e mulheres parecem estar cada vez mais despreparados. Indubitavelmente tal processo torna-se intensificado quando a criança necessita de uma UTI neonatal ao seu nascimento. Geralmente ao receber a notícia do internamento de um filho recém-nascido em uma UTI as famílias encontram-se em uma situação de crise, e então entram em contato direto com o medo de perder seu bebê. A família freqüentemente sente-se desamparada e temerosa à beira do leito de um paciente gravemente enfermo. Os tubos, curativos, fios e aparelhos com os quais a equipe está tão acostumada são amedrontadores para os membros da família. (...) Nesse momento a equipe tem a oportunidade de oferecer, de forma peculiar, apoio à família e ao paciente.OBJETIVO: Proporcionar um espaço de escuta e troca de experiências entre os familiares dos bebês internados na UTI neonatal do Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, Curitiba, Paraná. METODOLOGIA: Foram realizados encontros semanais, no período de Setembro de 2011 à Fevereiro de 2012, com duração de aproximadamente uma hora, na sala de esgota da UTIneonatal do Hospital da Mulher a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, com a coordenação da equipe de psicologia. Ao final de cada encontro era solicitado um feedback para cada participante. Na avaliação pós-alta também foi um incluída uma questão com o objetivo de avaliar os encontros. Os principais temas trabalhados foram a diversidade e a intensidade dos sentimentos envolvidos na internação de um filho, alguns aspectos positivos deste momento, como por exemplo, a segurança adquirida para lidar com os recém-nascidos, a preparação física e emocional e o apoio recebido pela rede social. Além disso, foram discutidas questões como as dificuldades corriqueiras de lidar com a dinâmica da UTI, complicações estas que se apresentavam de forma semelhante para os diferentes familiares. Referências Utilizadas: 1. CERVENY, C. M. O.; BERTHOUD, C. M. E. (2010). Familia e ciclo vital, nossa realidade em pesquisa. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2. FALCETO, O. G.; WALDEMAR, J. O. C. (2009). Famílias com bebês. Em: OSORIO, L. C.; V., M. E. P. (2009). Manual de terapia familiar. Porto Alegre: Artmed. 3. DIAS, N.M.; MALZONE, P.H.P.; SOARES, C.; PIANOWINSKY, G.; TORRES, J.C. & PIMENTEL, C.A. (2006). A UTI Neonatal - A Educação no Ambiente Hospitalar: Proposta de esclarecimento a pais e acompanhantes. São Paulo: Universidade São Francisco. 4. PUSCH DE SOUZA, R. (2010). Manual: rotinas de humanização em Medicina Intensiva. São Paulo: Editora Atheneu.