27. MARCAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA CONJUGALIDADE

JOSIANE RAZERA; CLAUDIA MARA BOSETTO CENCI; CRISTOFER BATISTA DA COSTA; ANGELA DE SOUZA GARBIN. FACULDADE MERIDIONAL - IMED, PASSO FUNDO - RS - BRASIL.

Conflitos conjugais são considerados um sério problema de ordem social que passa a ser visualizado e estudado de maneira mais expressiva no Brasil a partir dos anos noventa, conforme indica a literatura (D’ Oliveira et al., 2009). A mesma autora assinala que as demandas clínicas de mulheres que sofrem ou sofreram violência doméstica estão relacionadas a transtornos tanto de natureza física como mentais. Visto isso, esse trabalho teve como objetivo estudar o caso de uma mulher vítima de violência doméstica perpetrada por parceiro íntimo, e como o fato de estar exposta a uma situação de violência repercutiu em sua vida. Para que fosse possível realizar a pesquisa, tivemos como base o estudo de caso do relacionamento desta mulher, que foi localizada por conveniência na Casa de Apoio à Mulher Vítima de Violência Doméstica, cidade do interior do Rio Grande do Sul. Após obter a carta de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Meridional – IMED, Passo Fundo/ RS, partimos para a coleta de informações, que deu-se através da entrevista semiestruturada. Da entrevista surgiu Parola, nome fictício atribuído a ela, porque, na língua estrangeira italiana, significa Palavra, e identificou-se que as palavras deram sentido ao sofrimento físico e psíquico vivenciado por Parola até então. A violência psicológica sofrida através das humilhações e desvalorizações ativam a dor e angústia emocional em Parola. Foi um período que ocorreu muita humilhação mutua, a entrevistada refere: “[...] sempre deboche, o sexo era ruim, não tinha beijo, não tinha carinho nada [...].” Fica evidente o sofrimento apresentado quando ela é agredida verbalmente, o que faz com que ela não signifique as agressões físicas: “[...] físico eu não lembro porque eu acho que físico nunca me doeu, o que fica é as palavras [...] ele se quisesse me agredi de novo, que agrida [...].” O aspecto mais saliente deste estudo é a magnitude do sofrimento psíquico que a violência psicológica lhe gera, colocando as agressões físicas em segundo plano em seu sofrimento. Acima de tudo, o estudo revela, mais uma vez, a importância da investigação e análise do tema, pois é preciso evitar que as vítimas caiam no conformismo, fazendo dessa violação parte de seu cotidiano.