11. CARACTERIZAÇÃO DA REDE DE ASSISTÊNCIA A USUÁRIOS DE CRACK NO VALE DO PARANHANA, RS

ROSA TERESINHA BOUFLEUR KREUZ. FACULDADES INTEGRADAS DE TAQUARA-FACCAT, TAQUARA - RS - BRASIL.

Os impactos nocivos do uso de crack têm vitimado as famílias, as escolas, o trabalho e as demais instituições sociais, ultrapassando todas as fronteiras que se conheciam em relação as demais drogas (NONTICURI, 2010). As possibilidades de tratamento mais específicas para o crack ainda são objeto de pesquisa e estudos (LARANJEIRAS e RIBEIRO, 2012). Sendo assim, este estudo pretende mapear a rede de atenção assistencial a usuários de crack do Vale do Paranhana. Um objetivo específico refere-se ao envolvimento do familiar no tratamento e reabilitação do dependente químico. Para a realização deste estudo usa-se o método da Inserção Ecológica (CECCONELLO e KOLLER, 2003), o que exige a participação do pesquisador nos locais de atendimento de forma sistemática (duas vezes por semana, com 1h e 30min de duração) durante três meses. Os dados coletados nessas inserções são registrados em diários de campo individuais e analisados com o auxílio do sofware NVivo 9. Resultados preliminares indicam que a rede de atenção aos usuários de crack está em processo de construção. A inserção já foi realizada em cinco das seis cidades que compõem o Vale do Paranhana. Há a tentativa de alguns municípios em articular os serviços de maneira integrada, mas estas ações ainda estão em nível de planejamento e discussão. A família é caracterizada como um fator que atua como barreira de acesso aos serviços; alguns serviços exigem a presença de um familiar para atendimento e tratamento. Como muitos usuários de crack já romperam seus vínculos familiares essa exigência impede o acesso do usuário ao serviço. Alguns membros das equipes de atenção estão buscando formação na área da dependência química. Essa busca está permitindo um repensar das práticas adotadas. Evidencia-se a necessidade de desenvolvimento de novas relações entre os serviços. Outra demanda refere-se a programas que envolvam os familiares do dependente químico, principalmente na fase de reinserção social. Referências: CECCONELLO, Alessandra Marques; koller, Sílvia Helena (2003): Inserção Ecológica na Comunidade - Uma Proposta Metodológica para o Estudo de Famílias em Situação de Risco. Psicologia: Reflexão e Crítica, nr. 16 vol. 3, p. 515-524.  LARANJEIRA, Ronaldo; RIBEIRO, Marcelo (2012): O Tratamento do Usuário de Crack. 2 Ed. Porto Alegre: Artmed. NONTICURI, Amélia Rodrigues (2010): As Vivências dos Adolescentes e Jovens com Crack e suas relações com as políticas sociais protetoras neste contexto. Dissertação de Mestrado em Políticas Sociais. Universidade Católica de Pelotas.