O envolvimento familiar tem sido apontado como fator preditor de sucesso terapêutico nos casos de adição e prevenção à recaída. As implicações em múltiplas abordagens terapêuticas tem tornado a dependência química um problema de saúde pública de importantes proporções. Nesse sentido, realizou-se um estudo qualitativo, a partir do estudo de caso de um paciente usuário de drogas e sua família a fim de identificar as manifestações das relações familiares nestes contextos bem como suas implicações e importância na evolução terapêutica. Os participantes foram um paciente dependente químico e seus familiares, atendidos por instituição de saúde da cidade de Osório/RS, selecionados por conveniência. Foram usados como instrumentos de coleta de dados: entrevistas psicológicas, genograma familiar e registros de grupo de familiares de dependentes químicos. A partir da compreensão sistêmica da família, que norteou a compreensão e análise dos dados, o estudo revelou a dependência química como um fenômeno fortemente influenciado pela dinâmica familiar e que também a influencia, reforçando aspectos de seu funcionamento para a manutenção do sintoma da adição. Tratar a dinâmica familiar e os aspectos disfuncionais que ela revela é fator de proteção ao uso de drogas e prevenção à recaída, devendo ser considerada em contextos clínicos da terapia familiar.