A dependência de drogas apresenta sérias consequências tanto para os usuários como para seu sistema familiar: alterações de humor e de comportamento trazem problemas na interação familiar, no ambiente de trabalho, assim como no relacionamento social. A dinâmica familiar pode representar fatores de risco e/ou proteção tanto para o tratamento quanto para a prevenção do uso abusivo de drogas. A utilização de estratégias do próprio repertório dos pacientes ou de suas famílias pode auxiliar na adesão ao tratamento e diminuir a probabilidade de ocorrência de lapsos ou recaídas. Este estudo teve por objetivo descrever as estratégias cognitivo-comportamentais utilizadas por pacientes dependentes de drogas (N=52) e seus familiares (N=75) para lidar com as situações de risco durante o tratamento. A metodologia foi a qualitativa. A intervenção teve como base a psicoterapia cognitivo-comportamental. Foram analisadas dois tipos de estratégias: fuga e de enfrentamento. A maioria dos pacientes eram homens com diagnóstico de dependência de drogas, enquanto que seus familiares eram mulheres. As análises de conteúdo destacaram o suporte familiar para auxiliar o paciente no seu redirecionamento de novos hábitos envolvidos com o uso de drogas. Conclui-se que a inclusão de estratégias dirigidas aos familiares dos dependentes foram importantes para o treino de habilidades de mudança de seus comportamentos desadaptativos envolvidos no consumo de drogas. Os dados do presente estudo podem auxiliar na elaboração de futuros programas de tratamento destinado a dependentes de drogas e seus familiares como forma de aumentar a efetividade da intervenção.