25. NÃO OLHE O QUE FAÇO, MAS FAÇA O QUE MANDO: A COMUNICAÇÃO AMBIVALENTE NAS FAMÍLIAS DE DEPENDENTES QUÍMICOS

MARIA GENOVEVA ARMELIN. CEOAFE, SÃO PAULO - SP - BRASIL.

Não olhe o que faço, mas faça o que mando, a comunicação ambivalente nas famílias de dependentes químicos A questão da dependência química traz no seu bojo, ao mesmo tempo uma história pessoal, familiar e social. O grupo familiar é a socialização primária do indivíduo e transmite-lhe suas influências ancestrais, seus valores, regras, crenças e mitos norteadores de seus passos da vida em sociedade. O sujeito quando emerge num sistema familiar já está submerso na palavra e no desejo das gerações que o precedem, este grupo familiar funciona como apoio e lugar das identificações. Na comunicação ambivalente, entre os modelos e a demanda, aquilo que fica como indizível, como segredo, numa geração, transforma-se no inominável e pode aparecer como sintoma em gerações posteriores. A doença instala-se em toda a família; o clima torna-se pesado, ajustando-se ao modo de vida que a dependência produz: medo,desconfiança,vergonha,raiva,brigas,mentiras,silêncio. A família do dependente químico calcifica-se em torno do “sintoma”, ficando estagnada nos extremos impedimentos: “cresça, mas não me abandone”, não permitindo a fluidez de movimentos e assim, o processo de individuação. O vínculo da dependência química espalha-se pelo sistema familiar que depende enormemente do não crescimento de seus membros para sobreviver. É o processo da codependência caracterizado pelo cuidar e controlar o outro. O objetivo desse trabalho é apresentar uma reflexão sobre as características dessa relação, com sintomas específicos, no enfrentamento de um processo que causa sofrimento e angustia, e transferir o foco do indivíduo para todo o sistema paralisado, coconstruindo com a família um espaço de conversação capaz de promover mudanças que permitam ao indivíduo sair de sua “liberdade aprisionada” e a cada membro, flexibilizar-se em prol da saúde da família, pois “o que mantêm as pessoas paralisadas é não enxergar sua própria participação nos problemas que as atormentam e, o que as liberta é perceber seu papel nos padrões que as amarram”,(Minuchin,1990). A apresentação do trabalho se dará de forma discursiva e  ilustrada através de slides e datashow. Palavras chave: drogadependencia, codependencia, comunicação ambivalente. Referências bibliográficas: MiNUCHIN,S. A cura da família. Porto Alegre: Artmed, 1995. MINUCHIN & FISHMAN. Técnicas de terapia familiar. Porto Alegre: Artmed,1998. WHITAKER,C.;BUMBERRY,W. Dançando com a família.Porto Alegre:Artmed,1990. OLIEVENSTEIN,C.Drogas e Pós-Modernidades.Rio de Janeiro:EdUERJ, 2003.