O aumento da expectativa de vida, a diminuição dos nascimentos e o consequente envelhecimento da população (IBGE, 2010; Reis, 2011), desperta o interesse em aprofundar o conhecimento dessa fase do desenvolvimento do ser humano. Este trabalho pretende apresentar uma possível correlação entre a velhice e o crescimento, nos aspectos comportamentais e nas necessidades básicas, tendo como referência as Funções Materna, Paterna e de Casal da Abordagem Sistêmico Integrativa (Grassano et Al, 1977; Padilha, 2004). O processo de regressão do envelhecimento pode ser representado por uma curva semelhante à curva do crescimento, no sentido inverso. Observando a fase de envelhecimento, conclui-se que, para a pessoa que atinge as características da velhice extrema, segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde (Simões, 1994), esteja ou não dentro da fase cronológica estabelecida para esta classificação, a necessidade de Função Materna desempenhada por outro ser humano pode aproximar-se daquela apresentada pelo recém nascido. Em outro trabalho (Padilha, 2004), foi proposto estabelecer relações entre as Funções Materna, Paterna e de Casal e o funcionamento do padrão infantil, adolescente e adulto. Considerando o padrão infantil como sendo de dependência, o padrão adolescente de competição e o padrão adulto de cooperação, o funcionamento regressivo do envelhecimento pode passar por todas essas etapas e até chegar à dependência total. Como a criança que começa a andar e não tem ainda noção de que a sua falta de equilíbrio a impossibilita de caminhar sem o apoio de outro, o idoso também pode não reconhecer suas limitações e apresentar comportamentos de “birra”, de contestação, de rebeldia, não aceitando a dependência. Nessa fase de transição inversa, da Função Casal para a Função Paterna, em que a dependência é relativa, podem ser necessárias as atribuições de Limite, Proteção e Direção para enfrentar o mundo lá fora. Precisa de outro adulto que o proteja para que não se exponha a riscos maiores, que o ajude a reconhecer as limitações normais deste estágio e lhe dê direção para seguir em frente, para perceber suas capacidades, seus aspectos saudáveis que ainda podem lhe proporcionar realizações e alegrias. Quando chega à fase de dependência, em que a Função Materna se faz necessária, pode-se observar um funcionamento similar ao da criança em seu primeiro ano de vida. Passa do caminhar autônomo para a necessidade de apoio, primeiro de uma bengala (a mão do outro), depois de um andador (duas mãos, dois apoios), até chegar à cadeira de rodas (o carrinho do bebê). Em alguns casos, a debilidade chega ao ponto de não mais permitir o transporte na posição sentada (o bebê conforto). A higiene pessoal passa por um processo regressivo semelhante, indo da autonomia à necessidade de supervisão, desde a higiene bucal até o banho, culminando na incapacidade da pessoa realizar por si mesma estas tarefas. Referências: Grassano, S; Holzmann, M. E. F., Morais, E.C., Padilha, R.D. (1997). 1 CD-ROM. Abordagem sistêmico integrativa: indivíduo, casal e família. Curitiba: Clínica de Terapia Integrada. Padilha, R. D. (2004). Mediação sistêmico Inte