10. ASPECTOS CONCEITUAIS DA ABORDAGEM PSICOEDUCATIVA COM FAMILIARES E PACIENTES COM TRANSTORNO MENTAL SEVERO

HELENA JULIA MOITTA MONTE. INSTITUTO NOOS, RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL.

1 – Introdução Programas de psicoeducação familiar vêm se estabelecendo como um importante recurso na atenção aos pacientes e familiares com Transtorno Mental Severo, visando evitar reagudizações e promover sua reabilitação. (1) A associação entre esquizofrenia e família está presente já nos primórdios da Terapia de Família, seja através do conceito de duplo-vínculo, pseudo-mutualidade, mãe esquizofrenogênica e outros. No entanto, é a partir do estudo de G. Brown que um grupo de estudos conseguiu determinar que tipo de comportamento estaria associado a uma má evolução para a esquizofrenia e depois para outros transtornos, como depressão. Hostilidade, Excesso de críticas e superproteção são fatores associados por Brown et al (4) que contribuem para uma evolução ruim. J. Leff desenvolve um programa para reduzir estes fatores que se mostraram eficazes, através de programas psicoeducativos. Estes estudos foram replicados em várias culturas (Estados Unidos, Itália, Índia, Dinamarca, entre outros, demonstrando que estas características estavam presentes em todas as culturais, que variavam no entanto quanto a sua prevalência. Seminários que buscam informar e grupos de “solving problems” são parte destes projetos. Pretendemos apresentar os principais aspectos que fundamentam a sua aplicação. Como assinalam Smith e Buch Wood (5), esta mudança de ênfase tem sido estimulada pelo crescente reconhecimento da importância da questão emocional no suporte as pessoas que têm a seu cuidado estes pacientes e a importância destes serviços que atendam as suas necessidades, procurando nos grupos de ajuda mútua, e nas redes sociais (7), suporte também para os cuidadores. Este programa tem sido capaz de reduzir a tensão e a carga emocional dos cuidadores em um período imediato a uma intervenção, e se mostram presentes até dois anos após sua aplicação. O objetivo do nosso trabalho, e que aponta para investigações futuras deve examinar a relação entre determinados efeitos terapêuticos e certas medidas de resultados tais como a redução da carga emocional, o aumento do conhecimento e a diminuição dos índices de recaída. É útil estudar a relação entre certos fatores da enfermidade com a intensidade e a gravidade dos sintomas positivos e negativos, por um lado, e pelo outro a eficácia percebida dos distintos aspectos da abordagem psicoeducativa.