Este trabalho visa relatar a experiência teórico-prática no contato com um grupo de familiares cuidadores de idosos com demência. O cuidado com uma população que envelhece representa um grande desafio, especialmente pelo crescimento mais acelerado da parcela idosa frágil. Do aumento desta população, decorre maior incidência das doenças crônico-degenerativas, como as demências. Desta realidade resulta uma demanda crescente por serviços sociais e de saúde, mas é a família a instituição que cumpre o papel social de cuidar de idosos com demência. O papel dos cuidadores é bastante desgastante. O cuidador primário despende em média 60 horas por semana com suas responsabilidades com o doente e, à medida que as demências progridem, além de ter que administrar finanças e medicamentos, ele precisa se envolver com tarefas de cuidado pessoal, como o banho e a alimentação. Diante de todas estas tarefas surge a sobrecarga dos cuidadores, que se manifesta nas esferas física, psicológica e socioeconômica dos familiares. Desta realidade nasceu o Grupo Cuidar, um grupo psicoeducacional para familiares de idosos com a doença de Alzheimer e outras demências. Através da vivência experimentada no convívio com o grupo ao longo dos últimos seis anos, propõe-se uma reflexão sobre o progresso das demências e a negação das famílias ao enfrentar esta situação. Estudos evidenciam que, cuidadores de idosos com Doença de Alzheimer ou outras demências, tem saúde física e psicológica debilitada, apresentando altos índices de depressão. O adoecimento de um ente querido desestrutura a família que passa por inúmeras crises e o trabalho com os cuidadores que experienciam estas situações gera muitas particularidades. Dentre estas, o desejo de reencontrar aquela pessoa saudável de antes da doença, o que impede o processo de aceitação da sua nova condição. Entendemos que a doença significa perda da homeostase do indivíduo e da família, levando a busca de um novo equilíbrio. Com base nestes dados, percebemos a necessidade de criar ações que visassem oferecer informações sobre a doença, amenizar o impacto sofrido pelos familiares, assim como desenvolver estratégias de gerenciamento da doença. O trabalho desenvolvido com o grupo é de suporte e psicoeducação, com vistas a facilitar o encontro do cuidador e da família com esse novo momento. Bibliografia: Clyburn, L. D. et al. (2000, Jan). Predicting caregiver burden and depression in Alzheimer’s disease. The Journals of gerontology, v. 55B, n. 1, p. S2-S13. Cerqueira, A. T. R., Oliveira, N. I. L.(2000). Programa de apoio a cuidadores: uma ação terapêutica e preventiva na atenção à saúde dos idosos. Psicol USP, v. 13, n. 1, p. 133-150. Dunkin, J. J.; Hanley, C. A.(1998) Dementia caregiver burden: a review of the literature and guidelines for assessment and intervention. Neurology, v. 51, (Suppl 1):S53-60. Elkaim, M. (2008) Como Sobreviver à Própria Família. São Paulo: Integrare Editora. Ebgelhardt, E.; Dourado, M.; Lacks, J.(2005) A doença de Alzheimer e o impacto nos cuidadores. Rev Bras Neurol, v. 41, n. 2, p. 5-11. Garrido, R.; Menezes, P. R.(2004) Impacto em cuidadores de id