O objetivo deste trabalho é investigar junto aos familiares dos pacientes homens com transtornos alimentares as suas vivências e possíveis contribuições dentro de um grupo reflexivo. Observar como eles lidam com novas informações sobre os transtornos alimentares, que atitudes eles tomam, estimular a troca e o compartilhamento de idéias e levantar os possíveis benefícios que o grupo pode trazer para o alívio da ansiedade dos seus membros. O método utilizado foi encontros quinzenais, com duração de uma hora, coordenados por duas terapeutas e realizados no Ambulim - Ambulatório de bulimia e transtornos alimentares da FMUSP. Os participantes foram os familiares de pacientes selecionados para tratamento de transtorno alimentar, que estavam sendo atendidos separadamente dos familiares. O grupo teve a duração de aproximadamente um ano. No início os participantes responderam a um questionário sobre os transtornos alimentares para efeito de registro de dados, e no final, este questionário foi novamente preenchido. O referencial teórico que fundamentou este trabalho é o da teoria sistêmica novo paradigmática, com enfoque narrativo. Os resultados obtidos mostraram que o grupo reflexivo pode criar um espaço onde os participantes puderam falar, esclarecer, pensar e aprender. O grupo viveu experiências novas, compartilhando informações, idéias, vivências e dificuldades. As reações foram, em sua maioria, positivas com conquistas de conhecimento e crescimento. A cada sessão o grupo evoluía na compreensão de que estavam todos implicados no comprometimento com o fenômeno. A importância do grupo como efeito terapêutico, repercutiu na diminuição da ansiedade dos familiares e na troca de soluções encontradas. O grupo pode buscar e criar alternativas em seus relacionamentos familiares como: conversar mais com seus filhos, acompanhar mais de perto seu tratamento e ajudá-los no enfrentamento de suas dificuldades.