33. SUICÍDIO: REFLEXÕES A PARTIR DO OLHAR SISTÊMICO

MARIA ODILA FINGER FERNANDES LIMA. URI - UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES CAMPUS SANTIAGO, SANTA MARIA - RS - BRASIL.

Esta proposta objetiva problematizar o suicídio, seu conceito psiquiátrico e na teoria sistêmica. Sabe-se que é um elemento perturbador, seja na família quanto no self do terapeuta. Atender paciente com ideias suicidas ou tentativas fracassadas corrobora com a postura flexível e criativa do terapeuta, bem como identificar a dança do sintoma morte no funcionamento familiar. Segundo Kaplan e Sadock (1993) as pessoas com episódios depressivos maiores têm transtorno depressivo maior, ou seja, depressão focada na tristeza, unipolar. As características principais dos episódios depressivos maiores são: humor entristecido, perda de interesse ou prazer, perda ou ganho de peso, insônia ou hipersonia, agitação ou lentidão dos movimentos, fadiga, cansaço diariamente, sentimentos de inutilidade ou culpa, dificuldade para pensar e concentrar-se, pensamentos e tentativas de suicídio.A depressão é resultado de vários acontecimentos ao longo da vida de uma pessoa; muitos relacionados com uma perda. Porém, a perda não é a causa exclusiva para o desencadeamento da depressão. É necessário observar todo o contexto ambiental da pessoa, suas vivencias passadas e também sua constituição genética. O episodio depressivo maior é resultado de muitos processos, muitos caminhos, entretanto, um desses caminhos pode levar ao suicídio (Wolpert, 2003).Segundo Imber-Black (1994), a morte pode ser o segredo mais perturbador para uma família. Principalmente quando um dos membros sofre de uma doença terminal.Nos casos de suicídio, a morte também é um segredo para a família, uma vez que a tentativa de suicídio frustrada do indivíduo não garante que este não cometerá novamente ou que a idéia suicida esteja resolvida. Para famílias que possui um membro com ideias ou tentativas de suicídios feitas é totalmente desesperador. Bergman (1996) compreende que o paciente identificado com ameaças, gestos e manobras de suicídio não deixa de ser um sintoma da família.Prado (2002) enfatiza o papel do terapeuta, em que necessita expressar a ideia de mudança. Contudo, como pensar a mudança em um sujeito com significativa ânsia por acabar com sua vida? Como tocar um sujeito que não almeja problematizar o desejo de não viver mais? Acredita-se que são questões difíceis de explicar teoricamente, bem como complicadas de serem bem-sucedidas na prática sem mobilizar o self-terapeuta. Palavras-chave: suicídio, sintoma, família, self-terapeuta. Referências: Bergman, J. S. (1996) Pescando Barracudas. A Pragmática da Terapia Sistêmica Breve. Porto Alegre: ArtMed. Imber-Black, E. Colab (2002). Os Segredos na Família e na Terapia Familiar. Porto Alegre: ArtMed. Kaplan, H. I.& Sadock, B. J. (1993) Compêndio de Psiquiatria. Ciências Comportamentais. Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: ArtMed. Prado, L. C. (2002). O ser terapeuta. Porto Alegre: Gráfica UFRGS. Wolpert, L.(2003) Tristeza Maligna. A anatomia da depressão. São Paulo: Martins Fontes.