37. VIVENCIANDO O PROCESSO DE TERMINALIDADE DE UM FILHO: INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS

JULIANE GEQUELIN; KRÍCIA FROGERI FERNANDES. HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER, CAMPO LARGO - PR - BRASIL.

A internação de crianças em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) mobiliza nos familiares sentimentos de ansiedade, culpa, medo, tristeza. A hospitalização também provoca alterações na rotina da família, em seus papéis e funções. É comum que alguns membros necessitem assumir tarefas que eram supridas por outros no contexto familiar, objetivando manter a homeostase do sistema. Diante disso, Minuchin (1990) aponta que os estressores do sistema familiar podem derivar do contato estressante de um membro ou de toda a família com forças externas que exigem adaptações e reorganização às novas condições. O presente trabalho foi desenvolvido em um hospital público da região metropolitana de Curitiba/Paraná, tendo por objetivo relatar experiência de intervenção psicológica junto aos pais de uma criança em cuidados paliativos e processo de terminalidade. Para Moritz et al. (2011), o paciente terminal é considerado aquele em que a doença evoluirá para a morte, independente das medidas adotadas. O caso trata-se de uma família com condição socioeconômica desfavorável, proveniente da região norte do Brasil, que veio em busca de atendimento médico para seu filho. O pai permaneceu como acompanhante da criança nos três primeiros meses de internação e a mãe nos últimos três meses. Baseado em pesquisa clínica com metodologia de estudo de caso, foram realizados atendimentos psicológicos ao pai e, em seguida a mãe, entre os meses de março a agosto de 2011. De acordo com Chiattone (2003) e Simonetti (2011), na área de atuação da psicologia hospitalar um dos eixos é o atendimento às famílias. Durante a intervenção psicológica aos pais os temas abordados englobaram: alterações na rotina, nos papéis e funções familiares, relacionamento conjugal, comunicação, doença como estressor no ciclo de vida familiar, espiritualidade, processo de luto antecipatório, significação da morte, resiliência e desenvolvimento de rede de apoio. Diante das intervenções, têm-se como resultado que os pais, mesmo vivenciando momento de crise, com sofrimento, separações e reorganizações, demonstraram serenidade e resiliência no enfrentamento ao período de hospitalização e processo de morte do filho. Assim, aponta-se a importância de intervenções psicológicas à família como instrumento de suporte emocional e promoção da humanização nos ambientes hospitalares. Palavras-chave: Pais; hospitalização; intervenções psicológicas Referências bibliográficas: Chiattone, H. B. C. (2003). A criança e a hospitalização. In V. A. Angerami-Camon (Org.), A psicologia no hospital. (pp. 23-100). São Paulo: Pioneira Thomson Learning. Minuchin, S. (1990). Famílias, funcionamento e tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas. Moritz, R. D., Lago, P. M., Souza, R. P., Silva, N. B., Meneses, F. A., Othero, J. C. B., Machado, F. O., Piva, J. P., Dias, M. A., Verdeal, J. C. R., Rocha, E., Viana, R. A. P. P., Magalhães, A. M. P. B., Azevedo, & Azevedo, N. (2008). Terminalidade e Cuidados Paliativos na Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 20(4), 422-428. Simonetti, A. (2011). Manual de Psicologia Hospitalar: o mapa da doença. São Paulo: Casa do Psicólogo.