A família é por excelência a fonte basilar do desenvolvimento do adolescente, pois é nela que são realizadas as primeiras aprendizagens. Estas, por sua vez, são direcionadas pelos pais através dos estilos parentais (autoritativo, autoritário, negligente e permissivo), que promovem ou impedem a autonomia e iniciativa dos filhos na escola, especialmente, na aquisição de hábitos de estudo. O hábito é uma qualidade estável e permanente, boa ou má, que torna a ação mais fácil, quase automática. Não pode ser traduzido como um comportamento de inércia ou passividade, mas como uma aptidão adquirida que permite a execução de determinadas ações com maior facilidade e, comumente, rapidez. Havendo necessidade de adaptação, os hábitos podem ser modificados. Assim, os hábitos de estudo vêm a ser uma habilidade que o aluno desenvolve de forma consciente para alcançar a realização de atividades de forma concentrada e persistente. Portanto, ter um hábito de estudo significa dedicar horas diárias às atividades acadêmicas, permitindo ao aluno estudar um assunto com vista à fixação dos conteúdos de interesse. Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo conhecer em que medida os estilos parentais (autoritativo, autoritário, negligente e permissivo) se correlaciona com os hábitos de estudos. Participaram deste estudo 242 estudantes de escolas particulares (53,7%) e públicas (46,3%) da cidade de João Pessoa, PB. Destes, (38,5%) faziam parte do ensino médio (2º ano), sendo que 23,1% e 38,4% cursavam o 7º e 9º anos, respectivamente. As idades variaram entre 11 e 20 anos. Os participantes responderam a um livreto contendo informações demográficas (sexo, idade, série e tipo de escola), a Escala de Hábitos de Estudo e o Questionário de Percepção dos Pais. Previamente à coleta de dados, contataram-se as direções das escolas, explicando a pesquisa e solicitando autorização, com os responsáveis pelos jovens. Em relação aos resultados, pode-se perceber que o estilo parental autoritativo se correlacionou diretamente com hábitos de estudo (r = 0,10; p < 0,05), ou seja, pais que desempenham atitudes equilibradas frente à educação de seus filhos contribuem positivamente para o desenvolvimento de hábitos escolares. Já o estilo parental autoritário se correlacionou inversamente com os hábitos de estudo (r = -0,11; p < 0,01) evidenciando que atitudes autoritárias dificultam no processo de estabelecer hábitos de estudos. O estilo parental permissivo se correlacionou diretamente com os hábitos de estudo (r = 0,14; p < 0,01). O estilo parental negligente se correlacionou inversamente com os hábitos de estudo (r = -0,10; p < 0,05). Portanto, pode-se concluir que o tipo de relação que se estabelece entre pais e filhos influencia de forma positiva ou negativa na construção de hábitos de estudos e, consequentemente, na aprendizagem.