Este estudo visa promover reflexões acerca da implantação do núcleo de atendimento psicoterapêutico voltado para a clínica do CEFAC – Centro de Atendimento de Estudos da Família e do Casal, fundado em 1985, em Salvador-BA. A importância deste estudo reside em contribuir com novas perspectivas de investigação no campo da clínica social nos cursos regulares de formação na linha sistêmica. Como atividade curricular constam os atendimentos a casais com problemas relacionais e famílias de baixo poder aquisitivo, que apresentem sintomas psicológicos e desajustes sociais, através do treinamento clínico supervisionado. A terapia sistêmica compreende o membro sintomático como um representante circunstancial de alguma disfunção no sistema familiar e a família como um sistema onde as ações e comportamentos de um dos membros influenciam e são influenciados por todos os outros. Na clínica são observadas as interações entre os vários membros da família, compreendida como uma unidade, e os outros sistemas que com ela interagem. A triagem é feita baseada na condição sócio-econômica da família ou casal; no comprometimento com a frequência às sessões e sua assiduidade; na aceitação da modalidade do atendimento que inclui o espelho unidirecional, o sistema de som e a equipe de observadores; no comprometimento formal das famílias ou casais envolvidos no tratamento. Os valores das consultas são cobrados de acordo com a renda familiar, estabelecidos na entrevista de triagem, e destinados à manutenção mensal das despesas referentes aos atendimentos realizados. Em 2 anos e meio de funcionamento da clínica social escola foram realizadas 163 triagens, das quais 48 permanecem em acompanhamento na clínica social, 62 clientes deram continuidade ao tratamento na clínica particular de terapeutas parceiros à instituição de formação e 53 clientes desistiram do tratamento. A cada término dos tratamentos aplica-se uma ficha de avaliação tanto para o cliente como para os terapeutas, com a finalidade de obter dados sobre o desempenho do trabalho e no final de cada semestre o corpo técnico da Clínica Social/Escola se reúne para traçar novas estratégias de ação com base nos resultados obtidos. Palavras-chave: clínica social, terapia sistêmica, família, casal REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDERSEN, T. Processos reflexivos. Rio de Janeiro: Noos, 1991. BOWLBY, J. Uma base segura: aplicações clínicas da teoria do apego. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989; CERVENY, C. M. de O. A família como modelo: desconstruindo a patologia. Porto Alegre: Editora Livro Pleno, 2001; ELBACHÁ, E. As práticas narrativas de Michael White. 2005. Disponível em: http://www.cefacbahia.org.br/pag_internas/publicacoes/historico.htm Acesso em: 05 de novembro de 2011; EPSTON, D.; WHITE, M.; MURRAY, K. Proposta de uma terapia de reautoria: revisão da vida de Rose e comentário. In: McNamee, S. & Gergen, K. J. (orgs.). A terapia como construção social (pp. 117-139). Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. FÉRES-CARNEIRO, T. & NETO, O. D. Psicoterapia de casal: modelos e perspectivas. Aletheia, 27 (1), p. 173-187, jan. / jun., 2008.