Este artigo tem como objetivo apresentar instrumentos de comunicação não verbais, o desenho do Genograma Simbólico e da Árvore do Casal, como recursos conversacionais em um atendimento familiar sistêmico. No diálogo entre elementos de diferentes modelos terapêuticos concretizou-se uma prática, na qual a atividade simbólico-metafórica, a perspectiva sistêmica construtivista e a psicopedagogia encontraram um espaço comum – a folha em branco, as cores e as imagens. Concebida como parte do sistema terapêutico e recurso para dar forma e visibilidade ao sofrimento familiar, a folha branca foi usada, também, como um lugar de produção de autoria de pensamento, onde o saber pode ser colocado em jogo nos espaços da intersubjetividade. As representações simbólico-metafóricas das imagens são valiosas para o trabalho clínico, pois produzem imprevistas aberturas nas dimensões imaginativa e emocional, ultrapassando o nível da compreensão lógica. A cartografia da produção do pensamento se encontra com a via do desenho no paradigma estético. A combinação da expressão não verbal com a verbal (relato e conversas sobre os desenhos) pode transformar o momento estético em um detonador da cognição, um segundo momento de elaboração lógica, que contem o primeiro. É neste momento-limite, da sensibilidade, carregado de formas, cores e sentimentos, que uma transformação pode acontecer: seja a aprendizagem, a produção de sentido ou a mudança de 2ª ordem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Aun, J. G., Vasconcellos, M. J. E., Coelho, S. V. (2006). Atendimento sistêmico de famílias e redes sociais: fundamentos teóricos e epistemológicos.(2ª ed.). Belo Horizonte. Ophicina de Arte & Prosa Aun, J. G., Vasconcellos, M. J. E., Coelho, S. V. (2007). Atendimento sistêmico de famílias e redes sociais: o processo de atendimento sistêmico. (Vol. 2, t.1). Belo Horizonte. Ophicina de Arte & Prosa Cruz, J. G. (2004). Niños em el dibujo: entre engenharia y arte. Revista EpsiBA. 11, 50-56 De Bernart, R., Dobrowolski, C. (2008) Image and Family of origin as tools for training the Family therapist. Human Systems: The Journal of Therapy, Consultation & Training: 19, 222-239. Eisemberg, F., Lozano, A. Mirar... “Mir-arte”: combinando pinceladas. Revista EpsiBA. 11, 65-68 Fernández, A. (2004). Investigar? Descobrir? Encontrar? Explicar? Entender? Revista EpsiBA. 11, 30-48 Malpartida, D. (2010). Psicoterapia psicoanalítica a través del arte :teoria, técnica y prática.Buenos Aires. Centro de Publicaciones Educativas y Material Didáctico. Pain, S. (2009). Fundamentos da arterapia. Rio de janeiro: Vozes Pain S., Jarreau, G. (1996). Teoria e técnica da arte-terapia: a compreensão do sujeito. Porto Alegre. Artes Médicas Puviani, V. (2006). Le storie belle si raccontano da sole. Il desegno per comunicare com il bambino e per curare Le sue ferite. Bologna. Edizioni Junior Sordi, R. O. (2004) Os materiais da autoria. Revista EpsiBA. 11, 80-91 Vasconcellos, M. J. E. (2002). Pensamento Sistêmico: o novo paradigma da ciência. São Paulo. Papirus