43. O TERAPEUTA DE FAMÍLIA E A QUESTÃO DOS HONORÁRIOS NA PRÁTICA CLÍNICA

KRISTINE TEIXEIRA EVANGELISTA; MARIA APARECIDA KRUSE DIB. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE - RS - BRASIL.

A questão dos honorários na Terapia Sistêmica de Casal e Família é parte integral do processo terapêutico, no entanto é comum que terapeutas em formação apresentem dificuldades na construção e cobrança dos honorários no contexto clínico. Essas dificuldades foram vividas pela autora desse trabalho ao longo do curso de especialização em Atendimento Clínico da Clínica de Atendimento Psicológico da UFRGS. Nesta Instituição são atendidos famílias e casais de diferentes contextos sócio-econômicos o que exige dos terapeutas em formação habilidades para negociar o valor dos honorários. Dada essa importância e a escassez de conteúdo formal que aborde essa temática, o presente estudo teve como objetivo investigar como se dá a relação do terapeuta de família com a questão dos honorários na prática clínica. Para tanto, realizamos uma breve revisão teórica sobre a Terapia Sistêmica e sobre a história do dinheiro. Em seguida, dissertamos acerca das contribuições de Freud sobre o tema dinheiro e honorários. No capítulo posterior exploramos materiais que apontam importantes relações entre os aspectos sociais embutidos no gênero e a maneira pela qual homens e mulheres se posicionam frente às demandas profissionais e financeiras. E concluindo a fundamentação teórica, dissertamos sobre diversos aspectos que envolvem propriamente a questão dos honorários na prática clínica. Utilizamos o método qualitativo de pesquisa e entrevistamos 04 (quatro) profissionais com formação em Terapia Sistêmica de Casal e Família, sendo 02 (dois) homens médicos e 02 (duas) mulheres psicólogas, com diferentes tempos de experiência clínica. O material coletado foi trabalhado seguindo as técnicas indicadas pela Análise de Conteúdo, através do qual reunimos cinco categorias: contrato, cobrança, formação, valorização da terapia e fatores influenciadores. Os dados presentes nas categorias foram analisados a partir das reflexões baseadas nos estudos sobre gênero e reflexões sobre honorários na prática clínica. Os resultados apontam para a situação de desvantagem vivida pela mulher em relação ao homem no que se refere à experiência dos honorários na prática clinica. Além disso, destacamos a deficiência existente na formação teórico-prática desses profissionais em torno da questão dos honorários e a consequente necessidade de fomentar conhecimentos nessa área.  Referências: Bardin, L. (1994). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições Setenta. Coria, C. (1996). O sexo oculto do dinheiro: formas de dependência feminina. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos. Ferreira, B. W. (2000). Análise de Conteúdo. Aletheia, 11, pp. 13-20. Freud, S. (1908). Caráter e erotismo anal. In: Obras completas. Vol. IX. Rio de Janeiro: Imago. Freud, S. (1913). Sobre o início do tratamento (novas recomendações sobre a técnica da psicanálise I). In: Obras psicológicas Completas. Vol. XII. Rio de Janeiro: Imago. Freud, S. (1917). As transformações do instinto exemplificadas no erotismo anal. In: Obras completas. Vol. XVII. Rio de Janeiro: Imago. * Não consigo colocar as demais referências por falta de espaço.