49. PROPOSTA DE QUESTIONÁRIO PARA DISCUSSÃO DO NÍVEL DE DIFERENCIAÇÃO DE BOWEN COMO FORMA DE INTERVENÇÃO RELACIONAL SISTÊMICA

ANDREA GUALBERTO DE MACEDO. PUC CAMPINAS, CAMPINAS - SP - BRASIL.

Murray Bowen (1991) afirma que a família multigeracional funciona como uma rede relacional que possui papel fundamental na vida do indivíduo. A família é uma unidade emocional, na qual seus membros acham-se ligados uns aos outros de tal maneira que o funcionamento de um afeta o dos demais. E é esta unidade familiar o principal objeto do tratamento e não mais os indivíduos que a compõem. O conceito de diferenciação ocupa lugar central na Teoria sobre os Sistemas Familiares de Bowen. Ele sugeriu que a saúde mental de um indivíduo está associada ao grau de diferenciação que este é capaz de estabelecer em relação a sua própria família. Diferenciação é a capacidade de funcionar de forma autônoma, ajudando a pessoa a evitar alcançar polaridades reativas. A terapia familiar é baseada na premissa de que se uma pessoa da família atingir um alto nível de diferenciação do self, isto vai permitir que outros membros da família façam o mesmo. O objetivo deste trabalho é apresentar o Questionário criado pela autora para discussão do nível de Diferenciação durante o processo terapêutico dos clientes. Após pesquisa literária sobre o tema, incluindo autores nacionais e internacionais em livros e artigos científicos, foi elaborado um Questionário de 44 perguntas fechadas e que não permite controle do investigador sobre a veracidade das respostas, já que a avaliação é subjetiva. É indicado para indivíduos com idade a partir da adolescência, porque o nível fundamental de diferenciação se estabiliza quando o jovem adulto se separa de si e da família de origem. Algumas das funções deste questionário são: aumentar a clareza que o indivíduo tem de si e de suas relações e desenvolver a capacidade de gerenciar seus sentimentos e relações, possibilitando, assim, jeitos mais funcionais para lidar com os próprios comportamentos difíceis e/ou dos parentes. A terapia relacional sistêmica (Rosset, 2008) pode funcionar como estratégia para aumentar os níveis de diferenciação a partir de consciência, aprendizagens e mudanças e o contrário também é verdadeiro: a diferenciação pode contribuir para o objetivo de desenvolvimento humano da terapia relacional sistêmica. A própria elaboração do questionário e proposta de avaliação da diferenciação é um treino de desenvolvimento para o psicólogo: percepção de que não há certo e errado e compreensão das diferenças entre os seres humanos, controlando as tendências de classificação entre bom e ruim. PALAVRAS-CHAVE: Diferenciação; Família; Terapia familiar. REFERÊNCIAS Bowen, M. (1991). De la família al individuo. Barcelona: Paidos. Carter, B.; McGoldrick, M. (1995). As mudanças no cilco de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas. Elkaïm, M. (1998). Panorama das terapias familiares. São Paulo: Summus. Nichols, M. (1998). Terapia Familiar: conceitos e métodos. 3.ed. Porto Alegre: Artmed. Rosset, S. (2008). Terapia Relacional Sistêmica: famílias, casais, indivíduos, grupos. Curitiba: Editora Sol.