52. RELACIONAMENTO FRATERNO APÓS A SEPARAÇÃO CONJUGAL DOS PAIS: A VISÃO DE ADOLESCENTES DO SEXO MASCULINO E FEMININO

DENISE LÚCIA BASSO1; ANGÉLICA PAULA NEUMANN2; ELIANA ZORDAN3. 1,3.UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES- URI- CAMPUS DE ERECHIM, ERECHIM - RS - BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL, ERECHIM - RS - BRASIL.

De todas as relações experienciadas na vida de uma pessoa, o relacionamento fraterno é, de forma geral, o mais longo e intenso, marcado pelo compartilhamento de raízes e vivências e pela experimentação de uma ampla variedade de sentimentos. A relação com os irmãos sofre alterações no desenrolar do ciclo vital, estas decorrentes das próprias fases do desenvolvimento, mas também de outros fatores, como a dinâmica familiar e as rupturas no sistema, tais como as separações conjugais. Nesse contexto, esta pesquisa teve como objetivo investigar as reverberações da separação conjugal dos pais no relacionamento entre irmãos. A amostra foi composta por seis adolescentes, três do sexo feminino e três do sexo masculino, com idades entre 13 e 16 anos. Utilizou-se para a coleta de dados um questionário sobre a configuração familiar, uma entrevista semi-estruturada e o Familiograma, este último caracterizado como um questionário fechado que avalia a percepção de afetividade e conflito em díades familiares. A análise dos dados foi realizada através da Análise de Conteúdo. Os adolescentes relataram percepções diversificadas sobre o modo como a separação conjugal dos pais interferiu no relacionamento com seus irmãos. Três participantes apontaram a percepção de aumento nas brigas com seus irmãos; dois, de maior distanciamento; um, de maior aproximação e um, ainda, referiu não ter percebido nenhuma mudança. Alguns adolescentes atribuíram estas mudanças à separação dos pais, e outros, à entrada na adolescência. Através da análise dos dados, pode-se compreender que ambos os fatores desencadearam tais modificações, dada a multideterminação das relações familiares. Percebeu-se que a organização familiar anterior e após a separação conjugal dos pais e o modo como os pais exercem a parentalidade foi um fator de interferência significativo no relacionamento fraterno, podendo facilitar ou dificultar estas relações. Desta forma, depreende-se que todos os membros e subsistemas da família se beneficiam quando a organização familiar e a manutenção da parentalidade são renegociadas de forma funcional, sendo que os irmãos conseguem vivenciar em seu relacionamento todas as tarefas esperadas nas diferentes fases do desenvolvimento. Palavras-chave: Relacionamento fraterno; separação conjugal; família. Referências: Baptista, M. N., Teodoro, M. L. M., Cunha, R. V., Santana, P. R. & Carneiro, A. M. (2009). Evidência de validade entre o inventário de percepção de suporte familiar - IPSF e Familiograma - FG. Psicologia: Reflexão e Crítica, 22(3), 466-473. Recuperado em 17 abril, 2011, de http://redalyc.uaemex.mx/pdf/188/18813652018.pdf. Goldsmid, R. & Féres-Carneiro, T. (2007). A função fraterna e as vicissitudes de ter e ser um irmão. Psicologia em Revista, 13(2), 293-308. Recuperado em 02 setembro, 2010, de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/per/v13n2/v13n2a06.pdf. Teodoro, M. L. M. (2006). Afetividade e conflito em díades familiares: Avaliação com o Familiograma. Revista Interamericana de Psicologia, 40(3), 385-390. Recuperado em 17 abril, 2011, de http://www.psicorip.org/Resumos/PerP/RIP/RIP036a0/RIP04041.pdf