O ‘Ritmos da Vida’ é uma metodologia de Prática Narrativa Coletiva e, como tal, tem como base a Terapia Narrativa de Michael White (White,2002a, 2002b, 2004, 2007, 2011; Morgan, 2000). Essa perspectiva teórica considera que nossas vidas são historiadas: para explicarmos quem somos, refletimos sobre nossas experiências prévias, agrupamos essas vivências de determinada forma e temos um roteiro da “realidade” da nossa vida. Algumas dessas histórias são boas e enriquecedoras; outras, tristes e desafiadoras – as chamadas histórias saturadas de problemas. As primeiras trazem em si mesmas as possibilidades de construções identitárias mais ricas e fortalecedoras. As outras agregam práticas subjugadoras do self, colocando o problema como central na vida da pessoa. Por isso os terapeutas narrativos buscam desconstruir as histórias dominantes saturadas de problemas e reforçar as histórias alternativas (White & Epston, 1990). Uma das formas de realizar isso é por meio das práticas narrativas coletivas, entre elas, o ‘Ritmos da Vida’. Criada em 2010 por Adriana Müller (Müller, 2012), utiliza a metáfora da música para acessar e ampliar as histórias preferidas dos membros do grupo e relacionar as experiências individuais com situações coletivas, criando a unidade na diversidade (Freire, 2008). A finalização do trabalho ocorre por meio de uma documentação coletiva (Denborough, 2008; Madigan, 2011), neste caso, musical. A metodologia está dividida em cinco etapas – meu instrumento, minha interpretação, a orquestra da vida, entrando em sintonia e nossa música – cada uma delas com aspectos específicos a serem trabalhados. Por utilizar uma metáfora de fácil compreensão, essa metodologia pode ser aplicada em grupos de diferentes idades, classe social e grau de escolaridade. O importante é que o grupo tenha um objetivo em comum: superar uma dificuldade, um evento do qual estejam participando, uma meta que queiram alcançar, entre outros. Nesse curso, os participantes terão a chance de conhecer a metodologia ‘Ritmos da Vida’ de forma teórico-vivencial. O grupo deverá ter no máximo 25 participantes. A primeira hora será dedicada à apresentação teórica, em seguida, acontecerá a vivência da etapa 1 da metodologia. Referências Denborough, D. (2008). Práticas narrativas coletivas: trabalhando com indivíduos, grupos e comunidades que vivenciaram traumas. Adelaide, South-Australia: Dulwich Centre Publications. Freire, P. (2008). Pedagogia da esperança (15ª ed.). São Paulo, SP: Editora Paz e Terra. Madigan, S. (2011). Narrative therapy. Washington, DC: American Psychological Association. Morgan, A. (2000). What is narrative therapy? An easy-to-read introduction. Adelaide, South-Australia: Dulwich Centre Publications. Müller, A. (Março, 2012). Ritmos da Vida. Recuperado em 02 março, 2012, de http://narrativetherapyonline.com/moodle/course/view.php?id=16 White, M. (2002a). Reescibir la vida: entrevistas y ensayos. (V. Tirotta, Trad.). Barcelona, Espanha: Editorial Gedisa. (Obra original publicada em 1995). White, M. (2002b). El enfoque narrativo em la experiência de los terapeutas. . (V. Tirotta,