61. TRANSTORNO INVASIVO: A PSICOTERAPIA INFANTIL COMO INSTRUMENTO DE APOIO PARA A FAMÍLIA

MAIARA CAMPESTRINI CAMPESTRINI. UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI, ITAJAI - SC - BRASIL.

O presente trabalho tem como objetivo discutir a importância de orientar pais sobre as necessidades e o sofrimento da criança com transtorno invasivo. O paciente, V.(nome fictício), de 7 anos, esta sendo atendido em uma Clinica Escola, do Município de Itajaí, a aproximadamente 16 meses. A mãe de V. procurou a clínica de Psicologia, pois, a criança apresentava comportamento agitado e problemas na fala, sendo que esta dificuldade foi percebida pela mãe devido ao atraso na fala e linguagem ininteligível da criança. Como Hipótese Diagnóstica V. preenche critérios Síndrome de Asperger. Para a Organização Mundial da Saúde (1993), o autismo é enquadrado nos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID). Define-se TID como um grupo de transtornos caracterizados por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Estas anomalias qualitativas constituem uma característica global do funcionamento do sujeito, em todas as ocasiões, com aparecimento dos sintomas antes dos 36 meses (OMS, 1993). Ressalta-se que padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento e interesses são comuns em crianças que apresentam transtorno invasivo do desenvolvimento, no caso do paciente, autismo. De acordo com Castro e Sturmer (2009), a psicoterapia de crianças é capaz de buscar a remissão dos sintomas, auxiliar a criança a expressar melhor seus sentimentos e a compreendê-los, proporcionando modificações intrapsiquicas e inter-relacionais. A família proporciona o primeiro e mais importante contexto interpessoal para o desenvolvimento humano e, como resultado, as relações familiares têm uma profunda influência sobre a saúde mental das crianças. Ao atuarem como agentes de socialização dos filhos, os pais utilizam diversas estratégias e técnicas para orientar seus comportamentos, denominadas de práticas educativas parentais (Gomide, 2004). De acordo com Siquier e Salzberg (1994) ao escutarmos as preocupações em relação à criança e desvendar o lugar ocupado por ela no discurso desses pais, procuramos conhecer a demanda que eles trazem e que pode estar camuflada nas palavras e ir além delas. Essa escuta analítica possibilita a emergência de insights, ou seja, que o sujeito articule seu discurso e escute a si próprio. Palavras-chave:Transtorno Invasivo;Psicoterapia Infantil;Orientação para pais; Referências CASTRO, M.da G.K.; STURMER, A. (Cols.). Crianças e adolescentes em psicoterapia: a abordagem psicanalítica. Porto Alegre: Artmed, 2009. GOMIDE, P. I. C. (2004). Pais presentes, pais ausentes. Petrópolis:Vozes. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; (1993). CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (10a ed.). São Paulo: EDUSP. SIQUIER, M. L.; SALZBERG, B. A difícil articulação pais-filhos na psicanálise com crianças. IN: ROSENBERG, A. M. S. de (org.). O lugar dos pais na psicanálise de crianças. São Paulo: Escuta, 1994, p. 61-98.